História

Tabuado é uma freguesia portuguesa do município de Marco de Canaveses, com 8,64 km² de área e 1 336  habitantes (Censos 2021). A sua densidade populacional é 159,1 hab./km².

Constituiu, até ao início do século XIX, o couto de Tabuado. Tinha, em 1801, 492 habitantes.

Situada a curta distância da margem esquerda do rio Tâmega, a freguesia de Tabuado pertence ao concelho de Marco de Canaveses. O seu padroeiro é O Divino Salvador, por quem a População nutre grande devoção.


O topónimo Tabuado parece derivar do latim “tabulatu”, de “tabula”, com origem no nome comum “tabuado” ou “tavolado”, referindo-se a uma ponte de tábuas sobre algum dos pequenos cursos de água que atravessam a freguesia.

Tabuado é uma povoação muito antiga, como se depreende não só pela arqueologia, como também pela toponímia e até pelas características geográficas da freguesia, que assenta junto de pontos elevados favoráveis à defesa castreja. Dessas defesas naturais, destaca-se o monte de S. Jorge, que ainda no século XIX era designado de “S. Jurge”. Como este, existem outros hagiotopónimos que aludem a devoções hispânicas das mais antigas e que se exerciam em remotas ermidas, é o caso de S. Mamede e de Santa Maria. Junto a estas ermidas existem ainda vestígios de sepulturas abertas na rocha, que embora consideradas já cristãs, eram bastante primitivas.

Na primeira metade do século XI, a “villa” de Tabuado estava na posse de um notável prócer da estirpe dos Gascos. Mais tarde, aparece na posse do rei Garcia da Galiza que faz doação a um seu “fiel”, D. Afonso Ramirez. Com a queda do rei Galego, D. Afonso Ramirez perdeu a sua mercê, passando Tabuado a D. Álvaro, pai de D. Gosendo Álvares. Em Setembro de 1131, D. Afonso Henriques, ainda infante, deu carta de couto a Tabuado e, pela relação dos limites do couto, é possível confirmar que o seu território correspondia aproximadamente à atual freguesia de Tabuado. O couto é então doado por D. Afonso Henriques a D. Gosendo Álvares, sobre a igreja de S. Salvador de Tabuado, juntamente com todos os direitos reais, desde a própria jurisdição.

No século XIII, Tabuado aparece incluído no julgado de Gouveia (de Riba Tâmega) e nesse mesmo século foi fundado um Mosteiro de cónegos de Santo Agostinho, que muito incentivou e desenvolveu o povoamento local. Em 1475, o cenóbio foi transformado em abadia secular, por Sixto IV. Pelo Censual Cabido do Porto, sabe-se que, na alta Idade Média, a Igreja Paroquial de Tabuado não era dedicada ao Divino Salvador, mas a Santa Maria. Porém, como a Igreja do Divino Salvador existia já desde o século XI, depreende-se que Santa Maria era do Mosteiro e que apenas após a extinção deste e transformado em abadia secular, passou a ser paroquial, porém dedicada ao Divino Salvador. 

O padroado da igreja de Tabuado esteve na posse dos Farias, passando mais tarde aos senhores da Torre de Nevões, representados pela família dos Montenegros.


Tabuado é uma freguesia rica a nível patrimonial, pelo que será importante descrever alguns dos seus mais interessantes monumentos, como é o caso da Igreja Paroquial, de estilo românico e classificada como Monumento Nacional; esta igreja fez parte do extinto convento de Tabuado. Ainda as duas antigas torres senhoriais: Torre de Nevões e a da Pena, edificada sobre um penedo e que tinha uma só porta, sendo praticamente impossível aceder-lhe sem o auxílio de uma escada. Esta torre pertenceu aos Condes de Vila Pouca que, em 1870 a venderam, porém, o novo comprador depressa demoliu uma grande parte da construção para aproveitar a sua pedra. Grande parte das aldeias que constituem a atual freguesia de Tabuado são notáveis pela sua remota fidalguia que em alguns casos ascende a épocas pré-nacionais e que está bem representada nas casas solarengas que atualmente fazem parte do património cultural e edificado da freguesia.


Tabuado foi desde sempre uma freguesia tradicionalmente dependente das atividades do sector primário, como a agricultura e a vitivinicultura; no entanto, nas últimas décadas têm vindo a implantar-se na freguesia outras actividades, sendo que a que mais se evidencia é a indústria, principalmente a têxtil e a de construção.

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